Ainda me lembro, no início dos anos sessenta do século XX, de ver um Sharpie 9 no Clube Naval de Lisboa. Infelizmente terá sido destruído. O Sharpie 9, para quem não sabe, foi desenhado como barco de classe monotipo em 1937. Teve uma primeira grande frota no CVP (Cercle de Voile de Paris) e espalhou-se bastante por toda a França, e não só, como barco de regata em solitário tendo em vista a promoção da vela de competição em tempos de austeridade. Em Portugal também teve o seu tempo, sobretudo nos centros de vela da Mocidade Portuguesa, mas também em alguns clubes.
Eis que um grupo de apaixonados (a quem agradeço as fotos) se iniciou recentemente na construção do Sharpie 9 em Esposende! Bem hajam!
Já existem uns quantos a navegar. Seja por nostalgia, seja por outras razões, muitos velejadores, sobretudo os menos jovens, não deixarão de se emocionar ao verem um engenho destes a velejar. E, falando de austeridade, recorde-se que se trata de um barco desenhado para ser económico e de fácil construção amadora...
Quem estiver interessado em construir pode obter os planos aqui.
29 de outubro de 2012
16 de outubro de 2012
Clube Naval de Peniche em novas instalações
Decorre em bom ritmo a construção das novas instalações do Clube Naval de Peniche.
Uma vez instalado no novo local, o Clube Naval de Peniche, em termos de instalações e considerando as boas condições de acesso à água bem como as características do plano de água de Peniche passará a preencher os requisitos para se tornar um clube náutico de referência a nível nacional reunindo óptimas condições para acolher eventos internacionais.
Pode também vir a ser uma boa base para realização de estágios desportivos, na modalidade de vela e não só.
Aqui ficam duas fotos para memória futura:
Uma vez instalado no novo local, o Clube Naval de Peniche, em termos de instalações e considerando as boas condições de acesso à água bem como as características do plano de água de Peniche passará a preencher os requisitos para se tornar um clube náutico de referência a nível nacional reunindo óptimas condições para acolher eventos internacionais.
Pode também vir a ser uma boa base para realização de estágios desportivos, na modalidade de vela e não só.
Aqui ficam duas fotos para memória futura:
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14 de outubro de 2012
Eleições na Federação Portuguesa de Vela impugnadas
Ontem lá estive no FORUM VELA 2012.
Como não podia deixar de ser, o evento constituiu-se como mais um empolgante episódio da saga da Federação Portuguesa de Vela.
De facto, logo no seu discurso de introdução, António Roquette anunciou que vai avançar com um processo de impugnação às eleições que estão a decorrer para os órgãos sociais da Federação Portuguesa de Vela, com dia marcado para ocorrência às urnas no próximo dia 18 de Outubro.
António Roquette, que foi presidente da Federação de 1991 a 2001 é, tanto quanto me recordo, o único sócio honorário da dita instituição.
Interessantíssimo portanto, este episódio! É talvez inédito um acontecimento deste género, isto é, um sócio eleito em Assembleia Geral como membro honorário de uma associação, vir a terreiro e a público impugnar umas eleições, referindo que as mesmas (pelo menos foi o que entendi no discurso de A. Roquette) não estão a decorrer de modo legal.
Interessante também será constatar se, porventura, os órgãos de comunicação social (pelo menos os que se dedicam mais à área do desporto) vão noticiar estes acontecimentos. De facto tenho achado muito interessante, para dizer o mínimo, o silêncio que a comunicação social tem mantido sobre quase toda esta saga.
Aguardemos os próximos episódios...
Como não podia deixar de ser, o evento constituiu-se como mais um empolgante episódio da saga da Federação Portuguesa de Vela.
De facto, logo no seu discurso de introdução, António Roquette anunciou que vai avançar com um processo de impugnação às eleições que estão a decorrer para os órgãos sociais da Federação Portuguesa de Vela, com dia marcado para ocorrência às urnas no próximo dia 18 de Outubro.
António Roquette, que foi presidente da Federação de 1991 a 2001 é, tanto quanto me recordo, o único sócio honorário da dita instituição.
Interessantíssimo portanto, este episódio! É talvez inédito um acontecimento deste género, isto é, um sócio eleito em Assembleia Geral como membro honorário de uma associação, vir a terreiro e a público impugnar umas eleições, referindo que as mesmas (pelo menos foi o que entendi no discurso de A. Roquette) não estão a decorrer de modo legal.
Interessante também será constatar se, porventura, os órgãos de comunicação social (pelo menos os que se dedicam mais à área do desporto) vão noticiar estes acontecimentos. De facto tenho achado muito interessante, para dizer o mínimo, o silêncio que a comunicação social tem mantido sobre quase toda esta saga.
Aguardemos os próximos episódios...
6 de outubro de 2012
Forum Vela 2012
Alguns amigos e parceiros da vela tiveram a amabilidade de me enviar o Programa anunciado para o Forum de 13 de Outubro.
Aqui fica:
Aqui fica:
4 de outubro de 2012
FORUM VELA 2012, 13 de Outubro, em Lisboa
Mais um episódio da saga da Federação Portuguesa de Vela!
Desta feita é o FORUM VELA 2012.
Com efeito circula agora pelo país da vela uma convocatória, ou melhor, um convite para este Forum, anunciado para o próximo dia 13 de Outubro.
Não confundir com o Congresso da Vela, que não ocorre desde o início de 2005 e que o actual presidente da Federação disse em 2008 que ia realizar mas não realizou nem deve ter a mais pequena intenção de realizar.
Curioso é que o convite para este FORUM VELA 2012 tem origem num ex-presidente da Federação (António Roquette), com quem tive o prazer de trabalhar durante 10 anos (de 1991 a 2001) como director técnico nacional da modalidade. Tenhamos presente que dois ex-presidentes da Federação Portugesa de Vela posteriores a António Roquette foram excomungados da Federação ("auto-excluídos" utilizando a nomenclatura do actual presidente). Vamos ver se António Roquette vai agora também ser excomungado.
13 de Maio foi a data em que se realizou uma pseudo Assembleia Geral da Federação Portuguesa de Vela, de triste memória. Oxalá a Srª de Fátima seja agora mais protectora dos destinos da vela portuguesa, neste 13 de Outubro!
Desta feita é o FORUM VELA 2012.
Com efeito circula agora pelo país da vela uma convocatória, ou melhor, um convite para este Forum, anunciado para o próximo dia 13 de Outubro.
Não confundir com o Congresso da Vela, que não ocorre desde o início de 2005 e que o actual presidente da Federação disse em 2008 que ia realizar mas não realizou nem deve ter a mais pequena intenção de realizar.
Curioso é que o convite para este FORUM VELA 2012 tem origem num ex-presidente da Federação (António Roquette), com quem tive o prazer de trabalhar durante 10 anos (de 1991 a 2001) como director técnico nacional da modalidade. Tenhamos presente que dois ex-presidentes da Federação Portugesa de Vela posteriores a António Roquette foram excomungados da Federação ("auto-excluídos" utilizando a nomenclatura do actual presidente). Vamos ver se António Roquette vai agora também ser excomungado.
13 de Maio foi a data em que se realizou uma pseudo Assembleia Geral da Federação Portuguesa de Vela, de triste memória. Oxalá a Srª de Fátima seja agora mais protectora dos destinos da vela portuguesa, neste 13 de Outubro!
28 de setembro de 2012
O Sport Lisboa e Benfica e a Federação Portuguesa de Vela
Confesso que, nos últimos tempos, não tenho visitado lá muito o sítio da Federação Portuguesa de Vela na internet.
Todavia estive agora a dar uma espreitadela e reparei que se encontra listado como sócio um clube com o nome de SPORT LISBOA E BENFICA.
Entendo que se trata de um novo sócio da dita Federação. Conheço bastante o panorama da vela portuguesa e dos desportos náuticos em Portugal e não conheço nenhum clube com aquele nome que tenha qualquer actividade na modalidade vela, ou qualquer secção de vela, ou algo assim.
Assim sendo, pode ser interessante conjecturar que desígnios motivam a aceitação do referido clube como sócio da Federação Portuguesa de Vela .
Tratar-se-á, simplesmente, da "futebolização" da vela de que já falo, no mínimo, desde 2008?
Tratar-se-á, apenas, de mais um "clube de vela virtual" para votar favoravelmente na manutenção dos actuais pseudo órgãos sociais da Federação Portuguesa de Vela bem como em todas as propostas que os mesmos apresentem nas reuniões que designam como Assembleias Gerais daquela Federação?
Ou, noutra perspectiva, tratar-se-á de mais um episódio da saga da Federação Portuguesa de Vela?
O futuro esclarecerá...
Todavia estive agora a dar uma espreitadela e reparei que se encontra listado como sócio um clube com o nome de SPORT LISBOA E BENFICA.
Entendo que se trata de um novo sócio da dita Federação. Conheço bastante o panorama da vela portuguesa e dos desportos náuticos em Portugal e não conheço nenhum clube com aquele nome que tenha qualquer actividade na modalidade vela, ou qualquer secção de vela, ou algo assim.
Assim sendo, pode ser interessante conjecturar que desígnios motivam a aceitação do referido clube como sócio da Federação Portuguesa de Vela .
Tratar-se-á, simplesmente, da "futebolização" da vela de que já falo, no mínimo, desde 2008?
Tratar-se-á, apenas, de mais um "clube de vela virtual" para votar favoravelmente na manutenção dos actuais pseudo órgãos sociais da Federação Portuguesa de Vela bem como em todas as propostas que os mesmos apresentem nas reuniões que designam como Assembleias Gerais daquela Federação?
Ou, noutra perspectiva, tratar-se-á de mais um episódio da saga da Federação Portuguesa de Vela?
O futuro esclarecerá...
A saga da Federação Portuguesa de Vela-novo episódio
Mais um episódio da saga da Federação Portuguesa de Vela!
Desta feita trata-se de candidatura a um lugar de vice-presidente da ISAF (Federação Internacional de Vela). Nuno Gonçalves Henriques é candidato, apesar de ter sido "auto-excluído" da Federação Portuguesa de Vela pelo seu actual presidente que também diligenciou junto da Federação Internacional tentando impedir a candidatura de Nuno Gonçalves. Curiosamente (para dizer o mínimo) José Leandro, que se intitula presidente da Federação Portuguesa de Vela, tendo sido eleito após todo um conjunto de irregularidades e ilegalidades processuais, é também agora candidato a um lugar de vice-presidente da Federação Internacional. Não param, portanto, as surpresas na saga da Federação Portuguesa de Vela!
Podemos ver aqui a notícia das candidaturas, hoje veiculada pela LUSA. Fico também surpreso por esta novidade de a LUSA noticiar isto, a mesma LUSA que se tem mantido tão silenciosa ao longo dos últimos quatro anos sobre tudo o que de escandaloso se tem passado no interior da Federação Portuguesa de Vela.
Desta feita trata-se de candidatura a um lugar de vice-presidente da ISAF (Federação Internacional de Vela). Nuno Gonçalves Henriques é candidato, apesar de ter sido "auto-excluído" da Federação Portuguesa de Vela pelo seu actual presidente que também diligenciou junto da Federação Internacional tentando impedir a candidatura de Nuno Gonçalves. Curiosamente (para dizer o mínimo) José Leandro, que se intitula presidente da Federação Portuguesa de Vela, tendo sido eleito após todo um conjunto de irregularidades e ilegalidades processuais, é também agora candidato a um lugar de vice-presidente da Federação Internacional. Não param, portanto, as surpresas na saga da Federação Portuguesa de Vela!
Podemos ver aqui a notícia das candidaturas, hoje veiculada pela LUSA. Fico também surpreso por esta novidade de a LUSA noticiar isto, a mesma LUSA que se tem mantido tão silenciosa ao longo dos últimos quatro anos sobre tudo o que de escandaloso se tem passado no interior da Federação Portuguesa de Vela.
24 de julho de 2012
Tall Ships Races 2012
No passado Domingo, dia 22 de Julho realizou-se em Lisboa, no Tejo, a largada / desfile dos barcos participantes na Tall Ships Race 2012, para a etapa Lisboa - Cádiz.
Recordo-me de em anteriores passagens desta regata por Lisboa ter ido ver a coisa ao vivo.
Desta vez decidi ficar em casa e ver na televisão, com a ideia de que, muitas vezes, vemos imagens nas reportagens televisivas que são mais interessantes do que o que se observa quando se está a ver o evento ao vivo.
Ora, fiquei a ver navios, como se costuma dizer desde que D. João VI e a sua corte embarcaram para o Brasil no mesmo local em que se realizou a largada desta regata.
De facto, não vi nada, nem nos telejornais das 13:00 horas, anunciando que o evento ia acontecer, nem durante a tarde, a partir das 14:00 horas, quando a coisa ocorreu. Nos telejornais da noite também, com grande surpresa e indignação, constatei que nada apareceu.No dia seguinte (ontem) também nada...
Porque será que acontecem estas coisas neste país que certos personagens insistem em dizer que é um país de marinheiros??
20 de julho de 2012
A Costa dos Tesouros
Mónica Bello é jornalista. Iniciou-se na prática do mergulho, tornando-se uma mulher do mar, após um trabalho jornalístico que realizou em 1997 sobre as escavações subaquáticas da nau "Nossa Senhora dos Mártires" que naufragou em 1606 na barra do Tejo, junto a S.Julião da Barra.
E em boa hora se iniciou no mergulho porque, não fora isso e não teria eu na minha biblioteca esta excelente obra que muito nos dá a saber sobre o riquíssimo espólio arqueológico submerso em águas portuguesas, além de também se constituir como um trabalho muito actualizado sobre a situação do património arqueológico subaquático a nível mundial.São 430 páginas, com muitas ilustrações e fotos. Edição de Fevereiro de 2012 da Círculo de Leitores - Temas e Debates.
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18 de julho de 2012
Aprender a velejar - Guia de iniciação
"Aprender a velejar - Guia de iniciação" da autoria de Steve Sleight é um pequeno livrinho (53 páginas) editado pela Sete Mares (o meu é de uma edição de 2009) que poderia muito bem ser o guia recomendado pelas escolas de vela portuguesas a todos os candidatos à iniciação na arte de velejar. Aliás o livro é recomendado pela Federação Portuguesa de Vela, conforme se lê na capa.
Curiosamente, no entanto, na livraria "on line" que aquela Federação tem (ver no seu "site" www.fpvela.pt, no botão "publicações" e depois em "livraria") , o livro não aparece ali na lista de obras à venda. Facto muito curioso, deveras, quando ali se encontram outras obras publicadas pela mesma Editora que não têm, como esta tem, a nota de "recomendado pela Federação Portuguesa de Vela".
Enfim, mais um pequeníssimo episódio na saga desta Federação. Tenho uma teoria explicativa para este pequeno episódio, que é a seguinte: os principais responsáveis nos actuais órgãos sociais estarão mais motivados para questões relacionadas com construção civil e outros géneros de negócios correlacionados do que propriamente com a causa do desenvolvimento da vela em Portugal.
Curiosamente, no entanto, na livraria "on line" que aquela Federação tem (ver no seu "site" www.fpvela.pt, no botão "publicações" e depois em "livraria") , o livro não aparece ali na lista de obras à venda. Facto muito curioso, deveras, quando ali se encontram outras obras publicadas pela mesma Editora que não têm, como esta tem, a nota de "recomendado pela Federação Portuguesa de Vela".
Enfim, mais um pequeníssimo episódio na saga desta Federação. Tenho uma teoria explicativa para este pequeno episódio, que é a seguinte: os principais responsáveis nos actuais órgãos sociais estarão mais motivados para questões relacionadas com construção civil e outros géneros de negócios correlacionados do que propriamente com a causa do desenvolvimento da vela em Portugal.
17 de julho de 2012
A memória dos bacalhoeiros - Uma contribuição para a sua história
" A Memória dos Bacalhoeiros - Uma contribuição para a sua História ", publicado pela Editorial Presença (neste caso edição de 1999), é uma obra da autoria de António Marques da Silva. Não é um romance, como se torna evidente pelo título do livro, mas sim um relato feito por alguém que sabe do que fala, porque viveu as situações, dado que António Marques da Silva foi comandante do Gazela Primeiro desde 1958 até 1964. Leitura muito interessante para quem estiver interessado em ter uma noção do que era a pesca do bacalhau feita pelos portugueses nos bancos da Terra Nova. O livro está ilustrado com muitas fotos da época. Se lermos também a obra de Alan Villiers (que apresentei aqui num post em 24 de Maio de 2009) relatando uma campanha no Argus, ficamos já com uma noção muito completa do que era a Faina Maior.
13 de julho de 2012
História da Vela em Cascais
"História da Vela em Cascais, da primeira regata à internacionalização" da autoria de João Miguel Henriques, Olga Bettencourt e Teresa Ramirez, foi publicado em 2007, um pouco antes da realização dos Mundiais de Vela de Classes Olímpicas que occorreram naquele ano em Cascais.
Publicação das Edições INAPA, que contou com o apoio da Câmara Municipal de Cascais.
Trata-se de uma obra muito interessante para quem procurar saber sobre a génese da prática dos desportos náuticos em Portugal. De facto, neste livro não se trata apenas da história da vela em Cascais, mas da história de vários desportos náuticos em Portugal e, especialmente, na zona de Lisboa e de Cascais que foi onde a sua prática realmente se iniciou no nosso país. Um aspecto, entre muitos outros, que se torna evidente ao lermos este livro é o facto de o Clube Naval de Lisboa (na época o Real Club Naval de Lisboa) ter sido um dos "progenitores" do Clube Naval de Cascais, se não o principal. Na actualidade, curiosamente, o Clube Naval de Cascais é o maior clube de vela português, enquanto o Clube Naval de Lisboa, com um escassíssimo número de praticantes e em instalações degradadas, luta pela sua não extinção. São as voltas que a História dá...
Publicação das Edições INAPA, que contou com o apoio da Câmara Municipal de Cascais.
Trata-se de uma obra muito interessante para quem procurar saber sobre a génese da prática dos desportos náuticos em Portugal. De facto, neste livro não se trata apenas da história da vela em Cascais, mas da história de vários desportos náuticos em Portugal e, especialmente, na zona de Lisboa e de Cascais que foi onde a sua prática realmente se iniciou no nosso país. Um aspecto, entre muitos outros, que se torna evidente ao lermos este livro é o facto de o Clube Naval de Lisboa (na época o Real Club Naval de Lisboa) ter sido um dos "progenitores" do Clube Naval de Cascais, se não o principal. Na actualidade, curiosamente, o Clube Naval de Cascais é o maior clube de vela português, enquanto o Clube Naval de Lisboa, com um escassíssimo número de praticantes e em instalações degradadas, luta pela sua não extinção. São as voltas que a História dá...
11 de julho de 2012
Fernão de Magalhães, a primeira viagem à volta do mundo...
E, já agora, uma curiosidade a reter:
O primeiro homem a fazer uma viagem de circum-navegação, que se saiba, não foi evidentemente Fernão de Magalhães, que foi morto antes de a concluir. Foi Henrique, um escravo de Fernão de Magalhães...
19 de junho de 2012
Fernão de Magalhães, para além do fim do mundo
"Fernão de Magalhães, para além do fim do mundo", de Laurence Bergreen é uma leitura muito interessante para qualquer português e não só. Dá-nos uma visão sobre a época, a vida e o empreendimento de Fernão de Magalhães, muito mais abrangente do que as que se obtêm nos trabalhos de outros autores portugueses. Sobretudo muito mais abrangente do que a que constava nos meus livros de História do meu tempo de liceu. Seguramente que contribui para isso o facto de o autor ser americano. Não se trata, todavia, de uma "americanice", mas sim de um trabalho muito sério de um autor não espartilhado pelas condicionantes com que estiveram espartilhados muitos historiadores portugueses ao longo do século vinte, sobretudo os autores de livros escolares ou de outras obras de divulgação, ou de programas em televisão. Obra publicada pela Bertrand Editora.
18 de junho de 2012
O Kiteboard ou Kitesurf modalidade olímpica no Rio 2016
Ora aí está!
A federação internacional de vela (ISAF) na sua reunião a meio do ano de 2012 deliberou sobre quais as especialidades da vela a integrar no programa dos Jogos Olímpicos Rio 2016.
O Kiteboard (também designado por Kitesurf) é uma delas!
Escusado será dizer que, se esta especialidade da vela vai estar nos Jogos Rio 2016 dentro da modalidade vela, em Portugal a entidade reguladora desta modalidade olímpica será a Federação Portuguesa de Vela, como não podia deixar de ser.
Pena é que a actual Direcção da Federação Portuguesa de Vela não manifeste nenhum interesse prático pelo enquadramento desta especialidade da vela. Para que isso acontesse seria necessário que a Direcção e o Presidente da Federação Portuguesa de Vela tivessem uma visão aberta e moderna do desporto da vela e do desporto em geral, bem como do papel de uma Federação Desportiva Nacional UPD no desenvolvimento do desporto em Portugal. Infelizmente parece-me que não é o caso e que existe outro tipo de objectivos para os actuais dirigentes daquela federação.
Dá-se também o caso de, no seio da Direcção da Federação de Vela não haver ninguém com o mínimo de conhecimento na área do Kiteboard. Seria necessário criar-se na Federação uma Comissão ou um Gabinete vocacionado para o Kiteboard, com as inerentes competências na área da arbitragem e na área da formação de treinadores.
Estou muito curioso para ver o que vai acontecer!
Para quem tenha dúvidas de que o Kiteboard é vela, sugiro que vejam o meu "post" de 15 de Julho de 2009 aqui no Portugalpromar.
30 de março de 2012
A Madeira, a floricultura e os desportos náuticos
No passado fim de semana passei pela Marina da Quinta do Lorde, na Madeira, e tive oportunidade de observar uma actividade que desconhecia. Consiste na cultura de Buganvílias utilizando embarcações à vela como estruturas para aquelas belíssimas trepadeiras se desenvolverem.
Neste caso trata-se de um conjunto de peculiar beleza paisagística, a que as fotos que tirei não fazem a devida justiça, constituído por um arranjo em linha, formado por seis veleiros da classe J22 importados, creio eu, da República da África do Sul. O vermelho vivo das flores constrasta magnificamente com a alvura dos veleiros, com os seus seis mastros rigorosamente alinhados, tudo realçado pela beleza da falésia próxima e pela quietude da paisagem marinha envolvente.
Um amigo que me acompanhava, perito agrónomo, explicou-me que para se conseguir aquele belo efeito, seguramente que os veleiros já se encontrariam ali colocados junto às plantas há, pelo menos, dois anos.
O projecto promete ainda muito mais, esperando-se que as plantas cubram completamente os barcos e, sobretudo, se expandam pelas mastreações interligando os veleiros, formando como que uma falésia de Buganvílias paralela à falésia propriamente dita.
Louvável iniciativa esta!
Todavia penso que não se trata de um projecto da iniciativa do empreendimento da Quinta do Lorde, embora tudo indique que tenha o patrocínio desta empresa. Trata-se seguramente de um projecto de Estado uma vez que, tanto quanto sei, aquelas embarcações, que se encontram praticamente como novas, foram adquiridas pelo Governo Regional. Dinheiro muito bem empregue!
Por associação de ideias ocorrem-me algumas frases para meditação:
- Primeira: "Portugal é um país de marinheiros";
- Segunda: "Dá Deus nozes a quem não tem dentes";
- Terceira: "Como alimentar porcos a pérolas";
- Quarta: "A cultura de Buganvílias e a crise económica e financeira nacional".
Conheço no país muita gente e muitos clubes náuticos que bem gostariam de ter um daqueles J22. Mas de facto não os mereceriam porque, seguramente, nunca iriam com eles fazer assim uma coisa tão bonita de se ver.
6 de março de 2012
Náutica de Recreio em Portugal
"Náutica de Recreio em Portugal - Um pilar do desenvolvimento local e da economia do mar - Propostas de actuação e planos de acção" editado com o apoio da EPUL é, afinal, o relatório do Grupo de Trabalho da Náutica de Recreio do Forum Permante para os Assuntos do Mar.
Trata-se de uma das mais recentes "aquisições" para a minha biblioteca, ou não fosse eu também um membro do Forum Permanente para os Assuntos do Mar.
É um trabalho sério, recentemente publicado, que compila um conjunto de dados sobre a náutica de recreio em Portugal, e não só.
Todavia a parte mais interessante é o conjunto de propostas de actuação e de planos de acção, com os respectivos objectivos operacionais devidamente explicitados que constituem matéria que deveria ser de leitura obrigatória para membros do governo, deputados da Assembleia da República, autarcas, capitães dos portos, professores, industriais e comerciantes da náutica de recreio, dirigentes desportivos de federações de desportos náuticos e respectivos treinadores, aos quais deveria ser perguntado, dentro de algum tempo, o que é que cada um fez concretamente no âmbito da realização das ditas propostas de acção.
É o que se me oferece propor ao Grupo de Trabalho da Náutica de Recreio: que não pare por aqui e que dentro de um ano ou dois proceda à apresentação de um Relatório sobre a concretização das acções agora propostas.
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29 de janeiro de 2012
Promoção da Náutica em Portugal
Recebi a informação de que nos próximos dias 8 a 12 de Fevereiro, por ocasião da Nauticampo, em Lisboa, numa organização conjunta do Gabinete do Secretário de Estado do Mar, AIP/FIL, Turismo de Portugal, Fórum Empresarial da Economia do Mar e Oceano XXI, vai realizar-se uma série de conferências e seminários de promoção da Náutica em Portugal.
A entrada é livre, mas é necessário fazer-se pré-inscrição até ao próximo dia 3 de Fevereiro no site http://www.fem.pt/Nauticampo2012, uma vez que o número de lugares é limitado.
Acho o programa muito curioso. Diversos dos palestrantes também me despertam a curiosidade, por motivos de ordem vária...
Seria importante que aqueles que verdadeiramente praticam e se interessam pela náutica de recreio em Portugal se inscrevessem e participassem contribuindo assim para que não se trate apenas de mais umas palestras e seminários sobre construção civil em Portugal.
A entrada é livre, mas é necessário fazer-se pré-inscrição até ao próximo dia 3 de Fevereiro no site http://www.fem.pt/Nauticampo2012, uma vez que o número de lugares é limitado.
Acho o programa muito curioso. Diversos dos palestrantes também me despertam a curiosidade, por motivos de ordem vária...
Seria importante que aqueles que verdadeiramente praticam e se interessam pela náutica de recreio em Portugal se inscrevessem e participassem contribuindo assim para que não se trate apenas de mais umas palestras e seminários sobre construção civil em Portugal.
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23 de janeiro de 2012
Laura Dekker concluiu a sua volta ao mundo
Laura Dekker concluiu a sua volta ao mundo em solitário, ainda antes de completar 17 anos de idade. Podemos ver notícias sobre o facto em vários sítios. Entre eles aqui. Em várias notícias é identificada como Neo Zelandeza. De facto é Neo Zelandeza porque nasceu para aqueles lados, quando os pais andavam a fazer uma volta ao mundo à vela. Mas é também Holandesa e foi nessa qualidade que mais se ouviu falar dela, a propósito da polémica que as autoridades holandesas levantaram, objectando à sua largada. Largada esta que, conforme estamos recordados, foi mais aqui para os lados da costa sul de Portugal mas que, afinal, acabou por não ser formalmente em Portugal dado que as autoridades portuguesas, deste país que se diz de marinheiros, pretendiam também colocar obstáculos à sua largada. Bem haja Laura Dekker pelo seu feito!
Todavia sou mais fá da australiana Jessica Watson, que acabou em 2010 a sua volta ao mundo em solitário, também antes de completar 17 anos de idade, só que Jessica fez uma circum navegação non stop, o que é um feito bem diferente do "passeio" com escalas de Laura Dekker. Laura explica que está um bocado aborrecida com as autoridades holandesas e que, por isso, se calhar vai para a Nova Zelândia, optando pela cidadania Neo Zelandeza. Se fosse eu, fazia o mesmo. Acho a Nova Zelândia muito mais bonita do que a Holanda e, sobretudo, é um país de marinheiros e de velejadores!
E se fosse em Portugal?? Em Portugal, como sabemos, legalmente só se pode navegar legalmente como patrão de uma embarcação em navegação oceânica com a idade mínima de , imagine-se..., 20 anos!!
Será por Portugal ser um país de marinheiros???
Para não falarmos noutra questão que é a de Laura Dekker, seguramente, não ter utilizado o sextante na sua circum-navegação, sendo que a matéria do curso de patrão de alto mar em Portugal que é feito essencialmente sentado à mesa, numa sala, praticamente, é só navegação astronómica com o sextante!!
Por outro lado, na prática, para se obter uma carta de patrão de alto mar em Portugal e poder-se, legalmente, ir fazer uma volta ao mundo à vela, não é necessário saber-se velejar...
Com efeito, há muitos portadores de carta de patrão de alto mar, que obtiveram as suas cartas licitamente e com excelentes notas no exame, que não sabem velejar.
Acho isto tudo uma delícia...
Todavia sou mais fá da australiana Jessica Watson, que acabou em 2010 a sua volta ao mundo em solitário, também antes de completar 17 anos de idade, só que Jessica fez uma circum navegação non stop, o que é um feito bem diferente do "passeio" com escalas de Laura Dekker. Laura explica que está um bocado aborrecida com as autoridades holandesas e que, por isso, se calhar vai para a Nova Zelândia, optando pela cidadania Neo Zelandeza. Se fosse eu, fazia o mesmo. Acho a Nova Zelândia muito mais bonita do que a Holanda e, sobretudo, é um país de marinheiros e de velejadores!
E se fosse em Portugal?? Em Portugal, como sabemos, legalmente só se pode navegar legalmente como patrão de uma embarcação em navegação oceânica com a idade mínima de , imagine-se..., 20 anos!!
Será por Portugal ser um país de marinheiros???
Para não falarmos noutra questão que é a de Laura Dekker, seguramente, não ter utilizado o sextante na sua circum-navegação, sendo que a matéria do curso de patrão de alto mar em Portugal que é feito essencialmente sentado à mesa, numa sala, praticamente, é só navegação astronómica com o sextante!!
Por outro lado, na prática, para se obter uma carta de patrão de alto mar em Portugal e poder-se, legalmente, ir fazer uma volta ao mundo à vela, não é necessário saber-se velejar...
Com efeito, há muitos portadores de carta de patrão de alto mar, que obtiveram as suas cartas licitamente e com excelentes notas no exame, que não sabem velejar.
Acho isto tudo uma delícia...
9 de janeiro de 2012
Continuação da saga da Federação Portuguesa de Vela
Mariana Lobato, velejadora que integra a tripulação que qualificou recentemente Portugal para participar nos Jogos Olímpicos na categoria de Match Racing Feminino, por via do brilhante 11º lugar obtido em Dezembro de 2011 no campeonato mundial, viu recentemente publicada pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Vela a decisão sobre o processo disciplinar que lhe fora movido.
Mais uma vez verifica-se uma acção espectacular, na medida em que aquele douto órgão se posiciona como tendo competências de Ministério Público quando diz que “…da prova resulta bem claro que a arguida Mariana Lobato, atleta sénior portadora da Licença Desportiva 9839, violou as disposições contidas nos artigos 180.º, 181.º e 183.º, todos do Código Penal…”, conforme podemos ver aqui, no sítio da Federação na internet. Enuncia ainda aquele órgão, na sua decisão, uma série de artigos do Regulamento Disciplinar da Federação, que Mariana Lobato teria infringido.
Foi aplicada a Mariana uma pena de suspensão de dois anos da actividade desportiva mas com pena suspensa uma vez que, afinal, a velejadora já faz praticamente parte dos participantes nos próximos Jogos Olímpicos facto que, digo eu, meteu algum respeito ao douto Conselho de Disciplina.
Todavia, não nos esqueçamos de que Gustavo Lima, também na procura de um lugar para Londres 2012, está analogamente a ser alvo de processo disciplinar. Aguardo a decisão com expectativa. Terá Gustavo Lima também infringido o Código Penal Português? (Nos meus escassos conhecimentos de leis eu pensava que estas coisas se decidiam nos tribunais, mas pelos vistos não, o Conselho de Disciplina da FPV também tem competência para julgar e produzir sentenças no âmbito do Código Penal…). Irá Gustavo Lima ser suspenso também por um largo período? Mas, no caso de Gustavo, o Conselho de Disciplina não tem o mesmo alibi para lhe aplicar “pena suspensa” (Gustavo Lima não tem ainda assegurada a sua participação nos próximos Jogos Olímpicos). Será que vai suspendê-lo, interrompendo-lhe assim a carreira de velejador internacional ao mais alto nível?
Aguardemos os próximos episódios.
Mais uma vez verifica-se uma acção espectacular, na medida em que aquele douto órgão se posiciona como tendo competências de Ministério Público quando diz que “…da prova resulta bem claro que a arguida Mariana Lobato, atleta sénior portadora da Licença Desportiva 9839, violou as disposições contidas nos artigos 180.º, 181.º e 183.º, todos do Código Penal…”, conforme podemos ver aqui, no sítio da Federação na internet. Enuncia ainda aquele órgão, na sua decisão, uma série de artigos do Regulamento Disciplinar da Federação, que Mariana Lobato teria infringido.
Foi aplicada a Mariana uma pena de suspensão de dois anos da actividade desportiva mas com pena suspensa uma vez que, afinal, a velejadora já faz praticamente parte dos participantes nos próximos Jogos Olímpicos facto que, digo eu, meteu algum respeito ao douto Conselho de Disciplina.
Todavia, não nos esqueçamos de que Gustavo Lima, também na procura de um lugar para Londres 2012, está analogamente a ser alvo de processo disciplinar. Aguardo a decisão com expectativa. Terá Gustavo Lima também infringido o Código Penal Português? (Nos meus escassos conhecimentos de leis eu pensava que estas coisas se decidiam nos tribunais, mas pelos vistos não, o Conselho de Disciplina da FPV também tem competência para julgar e produzir sentenças no âmbito do Código Penal…). Irá Gustavo Lima ser suspenso também por um largo período? Mas, no caso de Gustavo, o Conselho de Disciplina não tem o mesmo alibi para lhe aplicar “pena suspensa” (Gustavo Lima não tem ainda assegurada a sua participação nos próximos Jogos Olímpicos). Será que vai suspendê-lo, interrompendo-lhe assim a carreira de velejador internacional ao mais alto nível?
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