2 de novembro de 2009
Longitude
“Longitude”, da autoria de Dava Sobel, relata-nos a história de John Harrison, que dedicou a sua vida, no século XVIII, à solução do “problema da longitude”, isto é, de descobrir um processo de os navegadores determinarem a longitude da sua posição no mar. Neste caso, o que tenho na prateleira é uma 3ª edição, de 2002, da Tema e Debates.
John Harrison seguiu uma via distinta da que os grandes nomes da ciência e da astronomia, na época, preconizavam. Enquanto estes procuravam uma resposta nos céus, Harrison atreveu-se a procurar uma solução mecânica. E descobriu a resposta, inventando o cronómetro. Harrison teve a oposição do “lobby” dos astrónomos e foi cruelmente tratado toda a vida no respeitante ao reconhecimento da eficácia da sua invenção, que resolveu o maior problema científico do seu tempo. A realidade dos factos veio demonstrar posteriormente a razão de Harrison, quando todos os navegadores passaram a utilizar o cronómetro.
Naturalmente que tudo isto me faz pensar na situação actual em Portugal, em relação ao “lobby” que, no respeitante ao programa do curso de patrão de alto mar, continua a fazer a apologia do sextante, mantendo-o como o “bicho de sete cabeças” do curso, em detrimento da utilização do GPS.
Mas, voltando ao livrinho, achei-o muito interessante. É um relato dramático sobre astronomia, navegação e relojoaria e sobre a obsessão de Harrison na construção e aperfeiçoamento cronómetro. Esta leitura deixou-me a vontade de, voltando a Londres, ir ao National Maritime Museum ver os cronómetros de Harrison que lá se encontram, em pleno funcionamento.
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