27 de junho de 2011

Genuíno Madruga e o "Mundo que eu vi"







Estive hoje (27 de Junho) presente na sessão de lançamento do livro " O Mundo que eu vi", no Museu de Marinha. Foi um privilégio e foram momentos de emoção, como já tinha sido em Setembro de 2004 quando assisti a uma palestra, (realizada em Peniche, organizada pelo Clube Naval) na qual Genuíno falou sobre a sua primeira volta ao Mundo em solitário. Hoje falou-nos da experiência que foi a sua segunda circum-navegação, de 2007 a 2009 (e também de vários aspectos da primeira).


Estamos não só perante um verdadeiro homem do mar, um verdadeiro marinheiro, mas também perante o mais notável velejador de cruzeiro português de sempre .


Para aqueles menos conhecedores destas coisas, realço que esta circum-navegação em solitário de Genuíno Madruga, de Leste para Oeste, pelo cabo Horn e o de Boa Esperança, foi a primeira realizada por um português que se inclui assim no escassíssimo número de velejadores que concretizaram tal feito. Foi também o primeiro português a rondar o Cabo Horn em solitário (independentemente do sentido da rondagem).


Para a grande maioria dos cidadãos (e cidadãs) portugueses/as o nome "Genuíno Madruga", seguramente, não diz nada. Mas a grande maioria conhece, seguramente, nomes de vários jogadores de futebol . Será que somos um país de marinheiros... ou de gente do mar??


O livro, uma edição da VerAçor, tem muitas fotografias e está escrito para todos, isto é, não se trata de uma obra de carácter técnico na linguagem "esotérica" que as gentes do mar usam
mas sim de uma obra em que o autor, tal como o título diz, descreve ao leitor o mundo que viu e, (eu diria) que viveu nesta viagem.





24 de junho de 2011

João Rodrigues faz travessia Madeira - Selvagens em prancha à vela

João Rodrigues, o decano dos velejadores olímpicos portugueses (que tenho o privilégio de conhecer pessoalmente desde a sua primeira campanha olímpica para Barcelona 92), realizou recentemente a primeira travessia Madeira (Caniçal) - Selvagens, em prancha à vela
Dez horas de travessia, a uma velocidade de record.
Sem dúvida que João Rodrigues, para além de decano dos olímpicos (Londres 2012 vai ser a sua 6ª participação olímpica) e de campeão com vários títulos ao mais alto nível internacional (campeão mundial... campeão europeu...diplomas olímpicos...) é, antes do mais, um homem do mar .
Podemos ver e ouvir aqui uma sua entrevista à RTP, de mais de meia hora, onde nos fala dele, desta sua travessia e também das últimas vicissitudes do programa de preparação olímpica no que à vela diz respeito.

16 de junho de 2011

Carta aberta ao presidente da Federação Portuguesa de Vela

No passado dia da Srª de Fátima (13 de Maio de 2011) realizou-se, como se sabe, mais uma reunião da "pseudo" Assembleia Geral da Federação Portuguesa de Vela. De triste memória, tal como várias outras reuniões do mesmo colectivo, cuja disfuncionalidade se acentuou gravemente nos últimos tempos. De triste memória, entre outros factos, pelo ilícito cometido ao deliberar sobre matéria que não constava na ordem de trabalhos sem que tenham sido, para o efeito, cumpridas as normas regulamentares.
Adiante.
No passado dia de Santo António (13 de Junho de 2011), um delegado de um clube presente na referida reunião, que a certa altura se viu "proibido" de continuar a participar na mesma, produziu uma carta aberta dirigida ao presidente da Federação Portuguesa de Vela.
É um documento bastante extenso, que não me surpreende pelo seu conteúdo, tal como não surpreenderá todos aqueles que, desinteressadamente e por paixão, se preocupam com os destinos da vela desportiva portuguesa.
O que, não me surpreendendo, me é difícil de aceitar é que num país que se diz um país europeu e um país de direito (para não dizer um país de marinheiros ou de gente do mar) seja possível ocorrerem sucessivamente episódios como os que, de forma bastante exaustiva, se relatam na referida carta aberta. Podemos lê-la aqui.
Quem se interessa pelo que se passa no seio da Federação Portuguesa de Vela, designadamente, no seio dos seus órgãos sociais e da sua Assembleia Geral disfuncional, tem aqui um excelente documento de estudo.

14 de junho de 2011

Os velejadores olímpicos e o presidente da Federação Portuguesa de Vela

O velejador olímpico Gustavo Lima (4º lugar nos J.O. de 2008) aparece agora a tecer críticas ao presidente e à Direcção da Federação Portuguesa de Vela. Podemos ouvir aqui.
Por outro lado os restantes 14 velejadores actualmente envolvidos no Projecto Londres 2012 também apareceram recentemente com um comunicado público em que se queixam pelo facto de terem deixado de receber as verbas previstas no contrato que têm assinado com a Federação. Estou a recordar-me de que um dos argumentos (ou talvez o principal) que o actual presidente da Federação apresentou aquando da sua candidatura ao cargo, em Setembro de 2008, foi o de que a Federação Portuguesa de Vela necessitava de ser dirigida por um presidente profissional. (De facto este é o primeiro presidente com ordenado nesta Federação..., de acordo com o que a Assembleia Geral da instituição democraticamente deliberou).
Deduzo que os velejadores envolvidos no Projecto Londres 2012 devem estar com saudades dos tempos em que a Federação Portuguesa de Vela tinha ao leme presidentes amadores.
Poderíamos também discutir se o facto de se auferir um vencimento numa determinada função é sinónimo de profissionalismo no exercício da mesma, mas essa é outra questão que seria ocioso tratar agora aqui.

A Utilidade Pública Desportiva da Federação Portuguesa de Vela

Foi publicado no Diário da República o Despacho do Secretário de Estado da Juventude e do Desporto levantando a suspensão da Utilidade Pública Desportiva da Federação Portuguesa de Vela. Podemos lê-lo aqui.
Este Despacho causa-me uma certa estupefacção.
É muito curioso verificar-se que se fundamenta em três escrituras de estatutos da FPV, sendo a primeira delas (efectuada em 30 de Abril de 2010) respeitante às alterações estatutárias votadas na AG de 02.10.2009. Acontece que o Despacho do Secretário de Estado que suspendeu o Estatuto UPD à Federação invocou a nulidade da mesma AG. (A acta registava mais votos do que votantes credenciados...).
Por outro lado, a terceira escritura diz respeito a alterações de estatutos que se terão verificado na sequência de deliberações da AG da Federação reunida no passado dia 13 de Maio de 2011.
Ora, acontece que na ordem de trabalhos dessa reunião da AG não constava nenhum ponto respeitante a alterações de estatutos...pelo que as deliberações ali havidas sobre o assunto são ilícitas.
Comentários, para quê???
Prevejo que a saga da alteração dos estatutos da Federação Portuguesa de Vela e do seu Estatuto de Utilidade Pública Desportiva vai continuar...
Tenho pena. Continua a perder a vela e os velejadores portugueses.